Minhas memórias masoquistas brincam
Minhas memórias brincam. Tentam fazer com que eu saia do presente é vá ao ontem. Querem descumprir o primeiro e insistente passo da lição de que temos que nos fazer inteiros no instante. Estou perdida nesse tempo-espaço. Desejo o ontem e o futuro. Quero me encontrar com você outra vez. Agora, duas mulheres me habitam. Talvez um clone seu. Tem parte de mim, mas é uma outra alma. Ontem foi o dia do seu nascimento, foi o dia em que se materializou em carne. Passou um tempo sendo gerada em mim. Ontem, finalmente nasceu. Tão nova essa personalidade. Atenta, tateia tudo e coloca na boca. Ainda equilibra-se em seus passos. Está fascinada com os sabores, cheiros e imagens desse mundo que sozinha está criando. Mas para constantemente com flashes das lembranças da hora do seu nascimento. Ela sente umidade de outro ser em sua alma. Um ser carinhoso e gentil. Um pai talvez, um irmão ou um amante de alma. Ela não sabe. Mas sente espasmos contínuos. Fica apertando as pern